quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O QUE É UM MENINO?

Entre a inocência da infância e a compostura da maturidade, há uma deliciosa criatura chamada menino.

Embora se apresentem em tamanhos, pesos e cores sortidas, todos os meninos têm o mesmo credo: 1) aproveitar cada segundo de cada minuto de todas as horas de todos os dias; 2) protestar ruidosamente (o barulho é sua única arma!) quando seu último minuto é decretado e os adultos os empacotam e os metem na cama.

Meninos são encontrados em todas as partes: em cima de, embaixo de, dentro de, subindo em, balançando-se em, correndo em volta de, pulando para.

As mães os adoram, as meninas os odeiam, irmãos e irmãs mais velhos os suportam, adultos os ignoram e o céu... os protege!
Um menino é a Verdade com o rosto sujo, a Beleza com um corte no dedo, a Sabedoria com um chiclete no cabelo, a Esperança do futuro com uma rã no bolso.

Quando você está ocupado, um menino é um conversa-fiada intrometido e amolante. Quando você deseja que ele cause boa impressão, seu cérebro vira geléia, ou ele se transforma em uma criatura sádica e selvagem empenhada em desmontar o mundo ao seu redor.

Um menino é um híbrido: tem o apetite de um cavalo, a disposição de um trapezista, a energia de uma bomba atômica de bolso, a curiosidade de um gato, os pulmões de um ditador, a imaginação de um Júlio Verne, o retraimento de uma violeta, o entusiasmo de um bombeiro - e quando se mete a fazer alguma coisa, é como se tivesse cinco polegares em cada mão!

Meninos gostam de sorvete, canivetes, serrotes, pedaços de pau, água (preferencialmente de chuva ou de rio), bichos grandes, Papai, sábados, domingos e feriados, pneus e rodinhas. Não é partidário de catecismo, escolas, livros sem figuras, lições de música, colarinho apertado, barbeiro, meninas, agasalho, adultos e "hora de dormir".
Ninguém se levanta tão cedo, nem chega tão tarde para jantar. Ninguém se diverte tanto com árvores, cachorros e mosquitos. Ninguém mais é capaz de meter num único bolso, um canivete enferrujado, uma maçã comida pela metade, meio metro de barbante, um saco plástico, duas pastilhas de chiclete, algumas moedas e um fragmento de "substância desconhecida".

Um menino é uma criatura mágica: você pode mantê-lo fora do seu escritório, mas não pode expulsá-lo do seu coração. Pode pô-lo para fora da sala de visitas, mas não pode tirá-lo da sua mente. Queira, ou não, ele é seu captor, seu carcereiro, seu dono, seu patrão - um cara sarapintado, um nanico, um mata-gatos, um pacote de encrencas. Mas quando você chega em casa, com suas esperanças e seus sonhos aos cacos, ele realiza a façanha de juntá-los num segundo, pronunciando só duas palavras: "Oi, mamãe!" Ou "Oi, Papai!."

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