sábado, 17 de outubro de 2009

Você sabe dar castigo?


Por Luciana Belliboni*

O castigo é uma importante ferramenta de educação. Mas atenção: a sua aplicação exige muito cuidado. Ele deve ser usado apenas em momentos adequados para não ser desgastado ou banalizado. Dessa forma, funcionará como um aliado, e não fará o papel de vilão.

Deixar a criança refletindo sobre suas ações é importante. Mais do que isso, serve para dar um tempo em situações nas quais até mesmo os pais estão à beira de perder o controle. A verdade é que, muitas vezes, nós é que precisamos dessa pausa para respirar fundo e interromper uma sequência que não está dando certo.

Então, não tenha medo: delimite um tempo e deixe a criança quieta. Lance mão do: "você vai ficar um pouco aqui para se acalmar" e não volte atrás na sua ação. Uma dica é seguir a fórmula de 1 minuto para cada ano de idade. O tempo pode variar, o que não deve acontecer é o castigo acabar antes do estabelecido - nesse caso, quem dá o comando fica desmoralizado e perde a força. Afinal, como confiar em quem não cumpre o prometido?

A segurança, tão importante para as crianças quanto para os adultos, vem dos vínculos que criamos nas ações do dia-a-dia. Por isso, explique com firmeza, em tom sério e calmo o porquê do castigo. A criança tem que ter claro o que foi feito de errado. E não se esqueça de dizer tudo a ela olhando em seus olhos!

O castigo deve ser interpretado como uma reprovação da atitude. A ideia é mostrar que o pequeno passou dos limites e, portanto sofrerá a consequência. Mas antes do castigo você precisa avisar e dar a ele a chance corrigir o seu comportamento. Se não funcionar, lembre que já orientou uma vez e que agora está na hora de ele ir para o cantinho.

Quando o tempo estipulado acabar, vá até o seu filho e diga que espera um pedido de desculpas. Não se esqueça, depois, de reforçar o quanto ele é querido. É importante deixar claro que o ama, mas em determinados momentos vai precisar corrigi-lo. Mostre também crença na capacidade da criança não repetir a mesma ação.

Quando ela fizer diferente, reconheça. Da mesma maneira como ressaltamos os maus comportamentos, não devemos esquecer de elogiar com a mesma energia as ações positivas da criança! Incentive-a a aprender.

Outros castigos
Os castigos com tom de recompensa funcionam mais como presentes do que como disciplina. E, nesse casso, acredito que elogios e carinho podem ser mais eficazes. Ao usar esse artifício - castigo-recompensa -, os pais ainda correm o risco de fazer parecer que as atitudes boas "custam" e devem ser premiadas. Como se toda vez que ele arrumasse o quarto merecesse um chocolate ou um extra na mesada.

Confiscar brinquedos não funciona muito com os pequenos. Mas, se o baixinho der uma de "destruidor", vale retirar o objeto, ensinando a ele como cuidar dos seus pertences.

Vale lembrar que mais do que o castigo em si, o que mais pode ajudar na educação das crianças é conseguir uma rotina rica em disciplina, com limites claros e consistentes.
Precisamos ter em mente que um desenvolvimento sadio exige regras e responsabilidades, assim como permite muitos abraços, incentivos e muito amor!

* Luciana Bertolucci Belliboni é pedagoga de São Paulo.

Você e os desenhos do seu filho


Por Luciana Bertolucci Belliboni*

A criança usa a arte para se manifestar. Mais do que isso, por meio dela treina sua coordenação visual e motora e descobre de um jeito delicioso um mundo novo – um mundo tão gostoso de explorar e tão rico para ela quanto para nós. Nessa exploração, devemos funcionar apenas como espectadores do processo criativo que nos ajuda a decifrar a caixa de surpresas que é a mente do pequeno artista. E não podemos nos esquecer de que uma criança – ainda mais as menores de 5 anos – vive entre a realidade e a fantasia.

Quando ela desenha, está envolvida e encantada com sua própria criação, com cada traço, cada cor, cada forma. Começa a compreender algo muito importante: que ela é capaz de realizar alguma coisa! Por isso, é tão fundamental que você não a limite nesse momento. Não a interrompa. Não interfira nas suas escolhas enquanto ela cria.

Também é proibido dar um “jeitinho” para o desenho ficar mais bonito. Ora, bonito para a criança é o que ela já fez! Portanto, não coloque um rabo tentando consertar um cavalo sem rabo. Aliás, nem faça aquela cara de estranheza indagando por essa parte do corpo quando ela contar que representou o animal. Se, para ela, cavalo não tem rabo, não há erro. Nada de errado com a criança. Nem com o cavalo. Naquele momento, o bicho está simplesmente completo na sua cabecinha. Quando amadurecer um pouco, seus desenhos poderão ter mais coerência. A questão primordial aqui é você respeitar a imaginação do seu filho e todas as suas possibilidades. Melhor ainda é valorizar os trabalhos que ele realiza, embora não seja preciso convencer o seu pequeno de que ele seja um Di Cavalcanti. Basta permitir que seu artista encontre uma chance para existir e, mais do que tudo, sentir o prazer de criar e de descobrir.

Em tempo: quando uma criança presenteia alguém com um desenho – ou com a mais desengonçada das esculturas –, precisamos mostrar admiração e cuidado com a sua obra. Não há criança, por exemplo, que não fique orgulhosa quando o adulto coloca seu trabalho num quadro ou num pequeno porta-retrato. É uma forma de aprovação e carinho, sim. Mais do que isso, é um grande incentivo. Ela recebe essa mensagem positiva e aprende a dar valor às coisas que alguém realiza – uma lição e tanto. Finalmente, lembre que o desenho de uma criança é também a chance de conhecer seus pensamentos e passear com ela pelo seu mundo da Lua. Então, aproveite.

* Luciana Bertolucci Belliboni é pedagoga de São Paulo.

sábado, 3 de outubro de 2009

Ensine a criança a falar corretamente

Por Débora Mamber
Os adultos percebem as palavras como quebra-cabeças, compostas de vários sons individuais reunidos de acordo com as regras da língua. Mas pesquisas mostram que as crianças não estão conscientes dessa divisão e ouvem apenas grupos de sons. Para elas, frases completas podem soar como uma coisa só.

Nessa etapa, portanto, não espere que seu filho pronuncie tudo corretamente. Tenha paciência, converse bastante e descreva objetos com muitos detalhes para ajudar a aumentar seu vocabulário. Perceba que algumas consoantes, como o P, o B e o M, são mais fáceis de articular que outras. “Na língua portuguesa, alguns dos sons mais complexos são o L de ‘blusa’ e o R de ‘cravo’”, explica a fonoaudióloga Jacy Perissinoto, da Universidade Federal de São Paulo. Se a criança pronunciar “livo”, responda calmamente: “Sim, é o livro”. Não repita seus erros, já que ela aprende por imitação.

Apenas na fase de alfabetização, após os 5 anos, é que a meninada aprenderá que as palavras são constituídas por partículas – as sílabas e os fonemas.

O desenvolvimento da linguagem

Por Débora Mamber


Uma verdadeira explosão no vocabulário do seu filho ocorreu nos últimos seis meses. O papapá e o mamamá agora deram lugar a expressões mais complexas e, em breve, ele conseguirá montar pequenas frases.

Nessa idade, o pequeno falante pode aprender de 10 a 20 palavras novas todos os dias, dizem os especialistas. E o arsenal lingüístico que ele conquistou até aqui é impressionante. Uma criança de dois anos é capaz de nomear 300 coisas!

A partir de agora, a capacidade de comunicação da criança tende a aumentar ainda mais. Quer saber quantas palavras ela estará falando ao completar três anos?

Durante todo o primeiro ano de vida, a criança venceu uma série de etapas do desenvolvimento cognitivo e motor. Deixou de ficar somente deitada, mamando, e passou a se locomover, a manipular objetos e a interagir com o espaço e com as pessoas à sua volta. Está também mastigando, sinal de que sua musculatura oral se tornou mais hábil. Antes, qualquer objeto ia diretamente para a boca ou, então, era jogado para longe. Agora, ela diferencia seus brinquedos, entende que um livro é para ser folheado e sabe que uma maçã deve ser comida. Nesse novo contexto, o pequeno está pronto para ampliar seu vocabulário.

2 anos: quase um tagarela
Se ao completar 1 ano a criança falava cerca de quatro palavras, no segundo aniversário ocorre uma grande expansão no seu repertório: o número de vocábulos salta para 300.

3 anos: as primeiras frases
Ao apagar as velinhas pela terceira vez, ela dará nome a nada menos que 900 coisas. Nesse momento, terá também a habilidade de combinar as palavras que aprendeu, criando frases bastante simples, como “qué mamá” ou “papai chegô”.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Numerologia do Bernardo

Bernardo

O número do destino é: 6 - O número da personalidade é: 8 - O número da alma é: 7

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6 Identifica o propósito na vida

Aquele que nutre. Desde muito cedo, você perceberá que esse bebê é dono de um carisma capaz de encantar todos a sua volta. Essa criança não suporta ser tratada com indiferença ou permanecer em ambientes tensos. E atenção: nada de deixar o pequeno isolado. Ele tem a necessidade de se sentir parte da família e precisa que os relacionamentos tragam segurança tanto no plano emocional como no físico.

Providencie uma cama adicional, pois, conforme ele for crescendo, vai gostar de trazer os amiguinhos para dormir em casa. Esse bebê adora receber visitas. Não se surpreenda se, quando menos você esperar, ele tomar a iniciativa de ir buscar doces na cozinha para os convidados.

Como tem um espírito colaborativo, dividirá seus brinquedos com outras crianças, principalmente as que não podem comprar, pois ele se sente bem quando pode ajudar o próximo. Facilmente, assume diversas responsabilidades e caberá a você ensiná-lo a não se comprometer com mais do que ele possa suportar.


8Descreve como ele se comporta e se expressa no mundo

Dono de uma incrível força pessoal, esse bebê adora desafios. Com tamanha energia, ele vencerá qualquer obstáculo desde pequeno. Essa criança dará o melhor de si para cumprir cada tarefa em sua vida.

Sua calma, no entanto, é aparente. Apenas os que conhecerem muito bem esse bebê poderão perceber que ele necessita de muito apoio familiar e uma vida equilibrada.

A você, caberá ensiná-lo a lidar com o dinheiro e a controlar o individualismo.


7Revela os sentimentos, nem sempre percebidos pelas outras pessoas

Seu bebê absorve com facilidade a energia do ambiente onde está. Evite levá-lo a lugares tumultuados e prefira programas tranquilos. Você perceberá desde cedo que essa criança tem dificuldade para expressar os seus sentimentos. Mas, à medida que receber amor e afeto, passará a confiar em você – a quem caberá a tarefa de decifrar as suas reações emocionais.

Respeite a individualidade desse bebê e jamais subestime as suas qualidades. Ele busca a perfeição e tudo que fará sairá bem feito. Encoraje-o a estudar e se surpreenderá com a sua inteligência e perspicácia.

Sua missão será ensinar a essa criança a não cobrar tanto de si mesmo e da humanidade e buscar meios práticos para expor as suas brilhantes ideias.

O papel da figura paterna no desenvolvimento infantil


Por André Santoro

Médicos e psicólogos dedicados ao estudo da psicossomática — área que tenta desvendar a interação entre a saúde psíquica e os problemas físicos — acreditam que os resultados da pesquisa australiana são uma prova contundente de que a figura paterna é importantíssima no desenvolvimento infantil.

“A imagem do pai é aquela de quem costuma impor limites aos filhos. Então, faz sentido a idéia de que sua ausência esteja relacionada a transtornos alimentares, por exemplo”, opina a psicóloga Maria Rosa Spinelli, da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP).

“Décadas atrás, a participação do casal no dia-a-dia das crianças, e não só a do pai, era muito maior”, ressalva a psicóloga Solange Lopes de Souza, também da ABMP. Hoje em dia o tempo livre é dedicado mais para atividades de lazer em benefício próprio. “E o tempo é um fator que conta muito na qualidade da convivência”, assegura Solange.

Além de problemas como a obesidade, o afastamento do pai — definitivo ou não — pode ter outras conseqüências no desenvolvimento infantil. Existem evidências recentes de um elo entre a ausência da figura paterna e a aceleração do amadurecimento sexual nas meninas.

O psicólogo Bruce Ellis, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, mostra que a consolidação das relações familiares ajuda a retardar a menarca, ou primeira menstruação. Em sua pesquisa, ele observou 173 garotas desde a idade pré-escolar até a 7a série. Segundo ele, aquelas que conviviam satisfatoriamente com os pais durante os cinco primeiros anos de vida entraram na puberdade mais tarde.

Ausência do pai pode comprometer saúde da criança

Por André Santoro

É o que revelam pesquisas recentes. A presença da figura paterna ajuda a afastar problemas como a obesidade e uma série de transtornos psicológicos

Quem nunca presenciou uma cena como a que sugere a da foto ao lado? Imerso na leitura do jornal, o pai ignora solenemente o filho, que suplica por alguns momentos de atenção. Frustrada com a rejeição paterna — que remédio? —, a criança se retira e vai brincar sozinha ou com algum amiguinho. Se isso acontece uma vez ou outra, nenhum problema. Agora, caso vire rotina, ela pode levar para a vida adulta uma série de transtornos psicológicos.

A curtíssimo prazo, ou seja, ainda na infância, esse distanciamento acaba até mesmo afetando a saúde do pequeno enjeitado. Vamos abrir mão de preconceitos: as mães também podem assumir essa postura de pouco caso. Mas o que você vai ler aqui são revelações que focam a figura do pai.

Um deles vem do outro lado do mundo. A pediatra Melissa Wake, do Royal Children’s Hospital, em Melbourne, na Austrália, acaba de realizar uma pesquisa com quase 5 mil crianças entre 4 e 5 anos. Ela descobriu que a incidência de sobrepeso e obesidade na garotada em idade pré-escolar tem relação direta com a negligência dos papais.

Por que isso acontece? Ninguém sabe ainda. “Aguardamos novas investigações para chegar a conclusões definitivas”, diz a especialista. “Mas a mensagem principal é que não devemos culpar só as mães pelos quilos a mais dos filhos”, afirma. Ou seja, mesmo que elas sejam as responsáveis pela alimentação da garotada, como acontece em muitas famílias.

domingo, 13 de setembro de 2009

Como escolher a primeira escola


Por Luciana Belliboni*
Esta é sem dúvida uma das decisões mais importantes que tomamos em relação à educação de nossos filhos. A escolha da primeira escola, da parceria que procuramos encontrar para que juntos possamos formar crianças preparadas e felizes.

São várias as questões que envolvem esse tema:

Como saber quando levar uma criança para a escola?
Não existe uma idade certa. O que existe é a necessidade que se apresenta para cada família e que acaba por impor esse momento. O fato de as mães precisarem voltar ao trabalho, a procura de espaço para brincar e o convívio com crianças da mesma idade são os primeiros indicadores que trazem automaticamente a outra pergunta.

Qual a melhor escola para o meu pequeno?
Antes de mais nada, vale colocar que hoje a distância, o trânsito e a segurança precisam ser realmente considerados e, portanto, as escolas mais perto da sua casa devem ser as primeiras a ser visitadas.

Quais os pontos de partida, o que procurar observar, o que perguntar?
Procure visitar a escola no horário de funcionamento e assim você poderá conhecer melhor o cotidiano, ver as crianças em atividade, os pais e a turma que trabalhará com seu filho.

Observe a limpeza, a segurança e o espaço, mas principalmente a conduta dos profissionais e a carinha das crianças.

É fácil perceber um grupo de adultos sensíveis, preparados e seguros, assim como uma turminha de crianças atendidas, cuidadas e felizes.

Procure conhecer o método de trabalho da escola, sua filosofia, sua história. Conte com a sua sensibilidade de mãe, o seu bom senso, e procure mais as afinidades do que a perfeição. É essencial que a escola e a família tenham os mesmos valores, sigam uma mesma linha para que a criança não sinta esse conflito e se perca nessa confusão. Se os pais têm uma maneira mais suave e mais liberal, não devem optar uma escola mais rígida e vice-versa.

Tenha em mente que aquele será o ambiente em que seu filho estará todos os dias e ali fará os primeiros amiguinhos. É sim! A sua vida como indivíduo, sua vida social, suas primeiras escolhas independentes, seu primeiro espaço e tantas primeiras conquistas acontecerão nessa escola.

Converse com seus amigos, troque ideias sobre suas escolhas, suas sensações, mas é muito importante compreender que nem sempre o que é bom para alguém será bom para nós também.

Considere acima de tudo aquilo que vocês, como pais, buscam, esperam e acreditam ser o melhor para a criança.

Visitem a escola várias vezes, não tenham receio de perguntar e, uma vez feita a escolha, assumam realmente uma parceria com a escola, confiem no trabalho da mesma e entreguem seu pequeno com alegria e a certeza de que aquele mundo novo está todo preparado para que ele se desenvolva, aprenda, brinque e cresça de maneira natural e feliz.

Tenham os olhos e o coração sempre bem abertos para observar e sentir e deixem que o dia a dia traga a certeza e as boas surpresas da primeira escola!

* Luciana Bertolucci Belliboni é pedagoga de São Paulo e apresentadora da versão brasileira da série Doces Momentos, do canal Discovery Home&Health.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Marcelo Coelho

Perfil

Marcelo Coelho nasceu em 1959, escreve semanalmente na "Folha Ilustrada" desde 1990, e é membro do Conselho Editorial da "Folha". Nasceu em São Paulo, formou-se em Ciências Sociais e é mestre em Sociologia pela USP, com uma dissertação sobre "Brasília e a Ideologia do Desenvolvimento".
Publicou dois livros de ficção ("Noturno", ed. Iluminuras, e "Jantando com Melvin", ed. Imago). Como ensaísta, participou de diversas coletâneas, como "Civilização e Barbárie", "A Crise da Razão", "Poetas que Pensaram o Mundo" (organizadas por Adauto Novaes na Companhia das Letras). É também autor de "Montaigne" e "Crítica Cultural: Teoria e Prática" (ed. Publifolha), além de dois livros infantis ("A Professora de Desenho e Outras Histórias", e "Minhas Férias", ed. Companhia das Letrinhas.

E-mail: coelhofsp@uol.com.br






Perguntas mais freqüentes em Odontopediatria







Por que é importante a gestante fazer o pré-natal odontológico?
Durante o pré-natal odontológico a gestante receberá medidas preventivas para seus dentes e gengivas. Caso haja necessidade, será realizado o tratamento odontológico a fim de restabelecer sua saúde oral. A gestante receberá orientações de promoção da saúde oral para seu bebê.

Quando deve ser a primeira consulta ao odontopediatra?
O ideal é que ocorra na época de erupção do primeiro dente de leite, por volta dos seis meses de vida.

Lembre: “Primeiro dente = primeira visita ao odontopediatra!”

Por que bebê e criança devem freqüentar o consultório odontopediátrico?
O tratamento odontológico preventivo inicia desde a fase de bebê e prossegue até o final da adolescência com consultas marcadas de acordo com a necessidade individual. A saúde oral é parte integrante da saúde do indivíduo, por isso requer cuidados precoces. Quanto mais cedo iniciarmos a consultas de promoção de saúde, mais efetivos serão os resultados e melhor será a adaptação ao consultório odontológico.

Qual a importância de cuidar dos dentes de leite (dentes decíduos)?
Os dentes decíduos permitem que o bebê e a criança mastiguem corretamente, ajudam na fala e deglutição. Estes dentes também guardam espaço e servem de guia para a erupção dos dentes permanentes, estimulam o correto desenvolvimento e crescimento dos arcos dentais e articulações (ATM). Dentes perfeitos permitem que a criança sorria, contribuindo na sua socialização.

Por que há necessidade do acompanhamento odontológico durante a fase de crescimento e desenvolvimento?
A odontopediatria fornece condições de medidas preventivas, diagnóstico e tratamento precoce das doenças e alterações orais. Caso não haja uma freqüência adequada ao odontopediatra, poderão passar sem o correto diagnóstico algumas alterações na gengiva, bochechas, lábios, língua, dentes, arcos dentais e articulações (ATM). É freqüente também o atendimento dos traumatismos orais nesta fase, que poderão ter seqüelas tanto para os dentes de leite, quanto para os dentes permanentes.

Por que o odontopediatra?
Porque é o profissional capacitado ao atendimento do bebê, da criança e do adolescente, com conhecimento técnico, científico e abordagem psicológica.

Como realizar a higiene oral do bebê?
Enquanto não surgirem os dentes de leite e haja amamentação exclusiva no peito materno não há necessidade de limpeza da boca do bebê, pois o leite materno protege toda a cavidade oral. Quando surgir o primeiro dente na boca, a higiene oral deve ser realizada delicadamente com escova de dente macia, após cada alimentação e antes de dormir.

Qual a importância do acompanhamento dos pais na hora da escovação?
A presença dos pais é fundamental na higiene oral, pois a criança não tem coordenação motora para realizá-la de maneira correta.

Quando devemos iniciar o tratamento ortodôntico?
O odontopediatra consegue tratar alterações nos arcos dentais através de aparelhos ortodônticos ou ortopédicos ainda na fase dos dentes de leite, sempre considerando a cooperação e maturidade da criança.

Qual a idade que inicia o processo de troca da dentição?
Este período tão esperado pelas crianças, normalmente, ocorre por volta dos seis anos de idade, mas pode variar de acordo com a hereditariedade ou presença de alguma alteração sistêmica.

Relatores: Cláudia Peyres Lopez, Cristina Zardetto, Dóris Rocha Ruiz, Gislaine Giliberti, Lúcia Coutinho, Luiz Carlos Manganelo, Maria do Carmo Bertero, Maria Salete Nahas P Correa, Silvia Chedid e Sylvia Lavinia M Ferreira

Membros do Grupo de Trabalho Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de São Paulo – SPSP – gestão 2007-2009.

Texto recebido em 6/08/2008.

Usos do não


Há algum tempo, no “Fantástico”, uma neurolinguista explicou de modo fascinante por que o “não” tende a ser ineficaz com crianças pequenas.

A mãe diz: “Não chegue perto da janela!”, e o cérebro infantil projeta, muito mais do que a proibição, a ideia proibida. “Chegue perto da janela”.

O mesmo acontece, dizia a neurolinguista, com todos nós. Se alguém me diz: “Não pense num elefante amarelo”, eu primeiro penso num elefante amarelo, e depois me convenço de que não devo pensar no que pensei.

Conclui a neurolinguista que a mãe, em vez de dizer para a criança “não chegue perto da janela”, deve dizer: “venha para o sofá”. A ordem positiva é mais fácil de obedecer do que a ordem negativa.

Faz todo o sentido, desde que não se tome todo o raciocínio ao pé da letra.

Vejo que uma coisa funciona muito com meus filhos pequenos: nunca decretar o encerramento de uma atividade sem anunciar antes o que virá em seguida. Não digo “vamos desligar a televisão”, ou “vamos sair da piscina”, sem dizer que “daqui a pouco vamos almoçar” ou “quando acabar o filme vamos ouvir uma historinha”.

A velha metáfora da cenoura e do chicote só faz sentido, aliás, porque a cenoura está na frente do burrico, projeta-o para o futuro.

Por outro lado, há algumas coisas questionáveis no raciocínio da neurolinguista. Uma coisa é dizer “não pense num elefante amarelo”. Estamos nós dois, o interlocutor e eu, sentados num sofá, e o que está em jogo são as imagens mentais que um pode ter e o outro quer proibir.

Outra coisa é a criança que está se aproximando de uma janela aberta. O “Não chegue perto da janela” não exige da criança nenhuma projeção mental “positiva”. Ela já estava fazendo, já tinha confusamente imaginado e desejado fazer, aquilo que agora proibimos. Ou seja, a instância “positiva” que é evocada na frase “negativa” (“não pense no elefante amarelo”) fugiu do plano puramente mental, e está em pleno funcionamento. Absolutamente normal, nesse caso, dizer “não!”, e certamente há algo de importante no processo educativo de qualquer pessoa no fato de ouvir, simplesmente, a palavra “não”.

Claro que funciona mais evitar seu uso constante, e mostrar, por exemplo, uma barra de chocolate para a criança, fazendo-a desviar-se do rumo da janela. Mas uma educação predominantemente “positiva”, isto é, sem o interdito, é impossível.

É como se quiséssemos evitar o complexo de Édipo mostrando ao menino fotos de suas coleguinhas de pré-primário...

Mas volto depois ao assunto.

Escrito por Marcelo Coelho às 00h26

Formas de dizer não


Dizer “NÃO!” faz parte da experiência educacional de todo pai, de toda mãe. Considero difícil –e mesmo falso—evitar a todo custo o uso da palavra (ver post abaixo).

Acho, em todo caso, que há tipos diferentes de “não” na mentalidade dos pais que pronunciam a palavra. Surgem daí péssimos desentendimentos.

Há, por exemplo, o “não” que gritamos, como uma pura interjeição, quando a criança inventa de tocar numa panela de água fervendo.

Há também o “não”, menos forte, que pronunciamos quando a criança põe o dedo no nariz.

Há ainda o “não” que a criança sabe, no fundo, ser um sim.

Imagine-se a mãe que tem de sair de casa: pode estar apressada porque o banco vai fechar, porque marcou de tomar um café com uma amiga, ou porque tem uma hora no dentista.

Em qualquer dessas situações, ela tem de sair de casa. O filho reclama, faz birra.

A mãe sente culpa. Sabe, secretamente, que seus compromissos não são tão importantes assim.

Diz então para o filho: “Não!” Vou sair, não ficarei com você. A criaça intui perfeitamente que são frágeis os motivos da mãe.

É que o seu “Não!” está carregado de culpa. A mãe sabe perfeitamente que poderia não sair de casa, cancelar a reunião, cancelar a conversa com as amigas.

Tem o direito, claro, de sair de casa, fazer reuniões, conversar com as amigas.

Confronta-se, todavia, com a criança—cujo único objetivo na vida é negar quaisquer direitos da mãe que tem.

Tudo bem: a mãe não se sente confortável quando diz seu “Não” numa situação próxima da chantagem sentimental.

O problema é que existem situações absolutamente “não-sentimentais” em que a palavra da mãe entra em crise.

O menino quer enfiar a cabeça na privada. A mãe diz: “não faça isso!” Mas o menino já se acostumou: o grito da mãe não deve ser levado a sério. A mãe pronunciou-o mil vezes, com o mesmo tom de voz. Saiu para tomar um café, o menino queria ir junto. Ouve-se uma desculpa esfarrapada: “não vai dar, daqui a pouco estou de volta”. O menino insiste. A mãe cede, cancela o compromisso, fica em casa com o filho.

Que valor tem o “Não” de uma pessoa tão culpada, tão prestes a ceder? Desencadeou-se, na verdade, o mecanismo da autoridade culpada, que tanto atrapalha a educação contemporânea.

Escrito por Marcelo Coelho às 01h29

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O QUE É UM MENINO?

Entre a inocência da infância e a compostura da maturidade, há uma deliciosa criatura chamada menino.

Embora se apresentem em tamanhos, pesos e cores sortidas, todos os meninos têm o mesmo credo: 1) aproveitar cada segundo de cada minuto de todas as horas de todos os dias; 2) protestar ruidosamente (o barulho é sua única arma!) quando seu último minuto é decretado e os adultos os empacotam e os metem na cama.

Meninos são encontrados em todas as partes: em cima de, embaixo de, dentro de, subindo em, balançando-se em, correndo em volta de, pulando para.

As mães os adoram, as meninas os odeiam, irmãos e irmãs mais velhos os suportam, adultos os ignoram e o céu... os protege!
Um menino é a Verdade com o rosto sujo, a Beleza com um corte no dedo, a Sabedoria com um chiclete no cabelo, a Esperança do futuro com uma rã no bolso.

Quando você está ocupado, um menino é um conversa-fiada intrometido e amolante. Quando você deseja que ele cause boa impressão, seu cérebro vira geléia, ou ele se transforma em uma criatura sádica e selvagem empenhada em desmontar o mundo ao seu redor.

Um menino é um híbrido: tem o apetite de um cavalo, a disposição de um trapezista, a energia de uma bomba atômica de bolso, a curiosidade de um gato, os pulmões de um ditador, a imaginação de um Júlio Verne, o retraimento de uma violeta, o entusiasmo de um bombeiro - e quando se mete a fazer alguma coisa, é como se tivesse cinco polegares em cada mão!

Meninos gostam de sorvete, canivetes, serrotes, pedaços de pau, água (preferencialmente de chuva ou de rio), bichos grandes, Papai, sábados, domingos e feriados, pneus e rodinhas. Não é partidário de catecismo, escolas, livros sem figuras, lições de música, colarinho apertado, barbeiro, meninas, agasalho, adultos e "hora de dormir".
Ninguém se levanta tão cedo, nem chega tão tarde para jantar. Ninguém se diverte tanto com árvores, cachorros e mosquitos. Ninguém mais é capaz de meter num único bolso, um canivete enferrujado, uma maçã comida pela metade, meio metro de barbante, um saco plástico, duas pastilhas de chiclete, algumas moedas e um fragmento de "substância desconhecida".

Um menino é uma criatura mágica: você pode mantê-lo fora do seu escritório, mas não pode expulsá-lo do seu coração. Pode pô-lo para fora da sala de visitas, mas não pode tirá-lo da sua mente. Queira, ou não, ele é seu captor, seu carcereiro, seu dono, seu patrão - um cara sarapintado, um nanico, um mata-gatos, um pacote de encrencas. Mas quando você chega em casa, com suas esperanças e seus sonhos aos cacos, ele realiza a façanha de juntá-los num segundo, pronunciando só duas palavras: "Oi, mamãe!" Ou "Oi, Papai!."