terça-feira, 15 de setembro de 2009

O papel da figura paterna no desenvolvimento infantil


Por André Santoro

Médicos e psicólogos dedicados ao estudo da psicossomática — área que tenta desvendar a interação entre a saúde psíquica e os problemas físicos — acreditam que os resultados da pesquisa australiana são uma prova contundente de que a figura paterna é importantíssima no desenvolvimento infantil.

“A imagem do pai é aquela de quem costuma impor limites aos filhos. Então, faz sentido a idéia de que sua ausência esteja relacionada a transtornos alimentares, por exemplo”, opina a psicóloga Maria Rosa Spinelli, da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP).

“Décadas atrás, a participação do casal no dia-a-dia das crianças, e não só a do pai, era muito maior”, ressalva a psicóloga Solange Lopes de Souza, também da ABMP. Hoje em dia o tempo livre é dedicado mais para atividades de lazer em benefício próprio. “E o tempo é um fator que conta muito na qualidade da convivência”, assegura Solange.

Além de problemas como a obesidade, o afastamento do pai — definitivo ou não — pode ter outras conseqüências no desenvolvimento infantil. Existem evidências recentes de um elo entre a ausência da figura paterna e a aceleração do amadurecimento sexual nas meninas.

O psicólogo Bruce Ellis, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, mostra que a consolidação das relações familiares ajuda a retardar a menarca, ou primeira menstruação. Em sua pesquisa, ele observou 173 garotas desde a idade pré-escolar até a 7a série. Segundo ele, aquelas que conviviam satisfatoriamente com os pais durante os cinco primeiros anos de vida entraram na puberdade mais tarde.

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